sábado, 30 de outubro de 2010


“Aha, amor perfeito.. Hum!” - resmungou uma vozinha na minha cabeça.
“Escolha!” - desafiou a outra.
“Escolher o quê, criatura?”
“A pessoa certa para você!”
“Não existe! Pessoas são incertas, amores inalcançáveis.”
“Sim, existe! Princípes, que te ajudem a cozinhar, sejam amorosos, sorriem sempre. Mas, vamos lá! Se quiser, pode ser princesa também. Eu não ligo!”
“Sinceramente? Não quero isso, não. Que assunto bobo, de gente ilusória!”
“Típica pessoinha cética, você!”
“Não é ceticismo, coléga. É simples opinião. Beleza vale, prefiro morenos, médios. Mas se você quer amor, qual é a importância da aparência? Quero mesmo uma pessoa de verdade. Que brigue comigo porque deixei salgadinho sobrando por frescura, ou porque comi demais e não sobrou. Quero que me contrarie, grite, me infernize. Alguém que eu possa descançar minha cabeça em seu ombro no final do dia; que divida a cerveja, a alegria e a tristeza. Dê gargalhada dos meus errinhos bobos, me dê moral nos tombos mais feios. Mexa com minha cabeça, descontrole meu sistema nervoso e abale minha frequência cardíaca. Pessoa perfeita é quem grita que me odeia, diga adeus, nunca mais, no final volte atrás. Me dá a mão, o braço, o abraço; e vire pros seus amigos e diga: “É ELA!”. A pessoa perfeita é tão imperfeita que não será inalcançável, estará lá do meu lado.”
Não houve réplica.
Acordei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário